quarta-feira, 7 de abril de 2021

Ciro quer Lula na vice

Sentindo que será, mais uma vez, traído, desta vez pelo PDT, na condição de pré-candidato ao Planalto, o ex-ministro Ciro Gomes apresentou, ontem, uma proposta sui generis. Quer o ex-presidente Lula fora da disputa em 2022, como cabeça de chapa. Deseja a sua companhia de outra forma, como seu vice. Lula é tão bestinha mesmo para cair nessa!

Ocorreu durante debate sobre a proposta de reforma administrativa em discussão no Congresso. Ciro sugeriu que o ex-presidente petista não dispute as eleições de 2022 como candidato a presidente, em prol de uma aliança contra Bolsonaro. Fez a ressalva que Lula deve se espelhar no exemplo de Cristina Kirchner, na Argentina, que deu um “passo para trás” e aceitou ser vice de Alberto Fernández, atual presidente argentino.

“A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira, mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar”, afirmou.

O ex-ministro citou a corrupção que marcou a gestão petista, o que, segundo ele, poderia minar a campanha de Lula. “Imaginem vocês uma campanha em 2022, o Bolsonaro querendo se recuperar da impopularidade, a lembrar da esculhambação do Palocci, a esculhambação do Zé Dirceu, a esculhambação não sei de quem. Eu não digo nem que seja verdade ou que seja mentira, eu estou dizendo é o que eu estou vendo pela minha experiência”, disse.

“É fazer de novo a campanha antipetista em cima dos exemplos”. Ciro Gomes já foi deputado, prefeito, governador e ministro, e disputou a eleição presidencial de 2018, da qual Bolsonaro saiu vitorioso. Está filiado ao PDT e sonha em ter o PSB como aliado. Um dos seus maiores entusiastas é o prefeito do Recife, João Campos, mas foi o pai dele, o ex-governador Eduardo Campos, que puxou o tapete de Ciro quanto este queria a legenda para disputar o Planalto.

Desastre – “Derrotar Bolsonaro é muito importante, não por ódio a ele, mas para derrotar o desastre que ele está produzindo, na saúde, na economia, na relação internacional, em que o Brasil está desmoralizado”. Para isso, ressaltou, o Brasil precisa de projetos nacionais, e uma “ampla aliança” política poderia ser o meio para atingir esse objetivo. “Quem vai operar esse novo projeto nacional é a política, uma nova e ampla aliança, generosa aliança que vai permitir ao Brasil se reconciliar consigo mesmo”. Ciro ainda disse que “botar uma coisa nova no lugar” de Bolsonaro é uma função “mais difícil e que pede muita reconciliação”.

O novo Pinóquio – Vereador em Sertânia pelo PSB, Antônio Henrique, o Fiapo, virou motivo da galhofa, ontem, no Sertão do Moxotó. Ao bajular a secretária de Infraestrutura, Fernandha Batista, disse que o segundo trecho da estrada que liga o seu município a Cruzeiro do Nordeste estava em obras tapa-buraco. Virou o novo Pinóquio e passou a concorrer com a própria secretária, que mente descaradamente quanto à situação das estradas na região. Mas a piada que se espalha é que Fiapo só vai ao Recife pela estrada de Monteiro (PB), um tapete em relação à que está abandonada. Por isso, não conhece a buraqueira dos 12 km inacabados no trecho Sertânia/Placas. Tem sentido!

IR prorrogado – O Senado aprovou, ontem, o adiamento do prazo para a declaração do Imposto de Renda em 2021 por causa da pandemia de covid-19. O texto adia o cronograma em 91 dias para 31 de julho e já foi aprovado pela Câmara, mas como houve mudança no texto, precisará passar pela análise dos deputados novamente. O prazo para entrega das declarações das pessoas físicas, alvo do projeto, se encerra em 30 de abril. O cronograma de restituições não mudará, com o 1º lote sendo entregue em 31 de maio. O texto autoriza ainda o pagamento da cota única ou das cotas vencidas até 31 de julho sem acréscimo de juros ou penalidade de qualquer natureza.

O caloteiro e o traidor – Ex-aliado histórico do prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (MDB), de quem foi vice na gestão anterior, Dufles Pires (PL) acusa o gestor de caloteiro. “Ele não paga o aluguel de uma casa de minha propriedade há três meses, no valor de R$ 3,2 mil”, afirmou. Segundo Dufles, que enviou uma carta de cobrança ao próprio prefeito, o imóvel está alugado pela Prefeitura desde 2017, servindo para uma clínica de acompanhamento terapêutico. Na carta, Dufles pede que o prefeito desocupe o imóvel de imediato. “Mas, ele não dá a menor satisfação”, disse o ex-vice. Dufles afirma que, a partir de agora, será o maior opositor ao que chama de “desgoverno” de Paulista. “Na verdade, Yves é uma rainha da Inglaterra. Quem manda na Prefeitura é Jorge Carrero, o maior traíra da política do município”, desabafou.

Estação das artes – Presidente do Cidadania em Serra Talhada, o secretário de Relações Institucionais da gestão Márcia Conrado (PT), Elyzandro Nogueira, usou o seu prestígio com o deputado federal Daniel Coelho e arrebatou uma emenda no valor de R$ 1 milhão destinada a reformar a Estação do Forró, atual centro cultural, que vai virar Estação das Artes. A prefeita comemorou a boa-nova durante ato que marcou a reforma de quatro ruas no bairro Caxixola. “Foi muito importante para o avanço da cultura”, disse Márcia.

CURTAS

ENVOLVIDO – Estranhamente, a polícia não incluiu na operação Beira Rio, ontem, em Paulista, o atual secretário executivo de Desenvolvimento Urbano do Paulista, Paulo Marenga, que, na época, assinou o alvará de funcionamento da Marina. Ele também trabalhou na gestão Matuto como titular da Pasta. A Polícia Civil investiga suspeitos de fazer parte de um esquema para favorecer o estabelecimento por meio de licitações e de uso de documentos falsos.

ESQUEMA – De acordo com o delegado Diego Pinheiro, à frente das investigações, o trabalho da polícia começou em agosto de 2019, após o Ministério Público de Pernambuco verificar irregularidades em uma concessão de uma área pública na praia de Maria Farinha, em Paulista, de mais de 10 mil metros quadrados. A concessão teria como implantar uma marina, um restaurante, um posto de gasolina e uma área pública de convivência.

Perguntar não ofende: Yves Ribeiro deixou de pagar o aluguel a Dufles por perseguição política?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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