sexta-feira, 9 de outubro de 2020

"Meu projeto é voltar a ser José Múcio", diz presidente do TCU

A decisão, ele conta, veio "graças à pandemia" e foi tomada lá pelos meses de junho e julho. "A política não dá tempo de pensar", comenta ele à coluna, ao ser indagado por qual motivo resolveu parar. A pausa que o mundo deu catalisou o freio de arrumação em sua trajetória. De raciocínio rápido, José Múcio Monteiro tem respostas tão ligeiras quanto exatas e as ancora em uma fala pausada, na medida. Em outras palavras, ele mesmo traduz: "Já tenho 72 anos e resolvi dar o que tenho para mim". Faz referência ao tempo - ao que já dedicou à política e ao que planeja otimizar. "Uma pessoa na minha idade...", introduz, antes de recorrer a essa expressão por várias outras vezes. A memória parece não ter envelhecido. Ele, de pronto, assinala: "Minha memória é boa. Mas não custa nada dar um crédito a ela". Leia-se: uma aposentadoria do ofício que exerce hoje, o que implica um espaço mais generoso a sua vida pessoal. Embora o mandato de presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) tenha prazo para se encerrar no dia 31 de dezembro, José Múcio teria ainda mais dois anos e nove meses para seguir na condição de ministro do TCU, até  2023. Mas fez uma escolha voluntária: abrir mão da cadeira no colegiado para o qual foi nomeado pelo ex-presidente Lula, em 2009. Antecipa, assim, o prazo da aposentadoria compulsória (75 anos).

Por enquanto, José Múcio está certo de uma coisa: "Meu projeto é voltar a ser José Múcio". Em poucos minutos, ele elabora melhor essa mesma ideia: "Eu quero ser Zé!". Desde que decidiu dar a si mesmo esse tempo, passou a ouvir algumas perguntas. Uma delas é: "Vai estudar alguma coisa?". Ele devolve, como quem maturou a ideia o suficiente: "Eu quero aprender a não esquecer o que aprendi". Planos? "Meu plano é terminar o período na presidência do TCU". Na esteira, faz uma ressalva: "A gente tem que ter plano de curto prazo". Define a presidência do TCU como "honrosa e dinâmica". E emenda: "Saio com energia e vou usar para mim essa energia restante". E insiste: "Quero voltar a ser José Múcio, um cidadão comum. Estou doido para ser um cidadão comum!". Então, ele para e planeja: "Hoje eu, como sou velho, já entro em vaga para idoso...é ainda uma fase da vida que não tem futuro. Então, você tem que dar um tratamento ao presente e tentar estendê-lo".

Sem carimbo
Deputado federal por vários mandatos, José Múcio foi também ministro de Relações Institucionais. Ele faz uma reflexão: "Deputado José Múcio, ministro José Múcio, você se acostuma a viver com carimbo. Quando deixa de ser isso, é sofrimento".  A intenção, agora, é viver "sem o carimbo". 

Time > Secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, na condição de jarbista histórico, reage às declarações do prefeiturável Mendonça Filho, sobre o Ideb na gestão Jarbas Vasconcelos no Governo do Estado. "Mendonça, quando traz o governo de Jarbas para esse debate, falta até um pouco de respeito com a história de Jarbas, porque, aqui, ninguém está julgando o legado de Jarbas como prefeito, que foi 16 vezes o mais bem avaliado do Brasil pelo Datafolha", observa Murilo.

Elenco > Na análise de Murilo, "Mendonça fica se apropriando de uma coisa, como se o governo de Jarbas fosse Mendonça, e não foi". Murilo acrescenta: "Ele foi um coadjuvante. Havia muitas cabeças brilhantes no governo". E registra ser "desconfortável" para os que fazem parte do núcleo jarbista, "essa coisa de Mendonça estar se apropriando de um projeto, que foi Jarbas que liderou e que foi construção coletiva". E reclama: "Coisas ruins Mendonça diz para cobrar de Jarbas e o que é positivo ele se apropria".

Fonte :Folha de PE.

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