Este domingo (16) marcou mais uma rodada de manifestações contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Das ruas, manifestantes pediam mudanças nos rumos do governo. Os mais exaltados, gritavam por renúncia ou impeachment. Os mais amenos, mudanças de rota no governo. Nem mesmo os políticos da oposição – presentes na manifestação da Avenida Boa Viagem – são consensuais na opinião sobre os desdobramentos trazidos pela crise.
Líder da Minoria na Câmara, o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) se diz favorável a uma “saída constitucional”. Segundo ele, todas as saídas propostas são amparadas pela Constituição. “Sou a favor de qualquer saída estável constitucionalmente, seja a saída da presidente, seja cassação pelo Supremo Tribunal Federal ou renúncia”, afirmou. O tucano também criticou a aproximação do presidente do Senado, Renan Calheiros, com Dilma, em torno da Agenda Brasil – pacote de projetos na área econômica proposto por Calheiros.
Bruno Araújo adota mote de Aécio e defende Constituição. Foto: Marcela Balbino/BlogImagem.
“Assistimos semana passada a presidente entregar partes substanciais do poder presidencial ao presidente do Senado, com Renan definindo as políticas macroeconômicas e sociais. Esse evento de hoje é importante para mostrar que o principal ativo é o povo, então a expectativa é que o Brasil todo se mobilize. Um País mudo não muda”, argumentou.
Para Jarbas, Dilma deve renunciar e levar Cunha junto. Foto: Marcela Balbino/BlogImagem.
“Se ela não fizer isso, o caminho dela vai ser o do impeachment. É inevitável. Amanhã, depois de amanhã, setembro, outubro. Será inevitável”, avaliou o peemedebista, que acredita que o Brasil está caminhando para um quadro de “estrangulamento total”.
Foto: Marcela Balbino/BlogImagem.
Assumindo o mote do senador Aécio Neves (PSDB), o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) evita cravar posições quanto ao impeachment e pondera o respeito à Constituição antes de qualquer decisão.
“É difícil prever se vai acontecer o impeachment ou não. O que defendemos, em qualquer circunstância, é que a Constituição seja respeitada. A nossa arma, como disse Aécio Neves, é a Constituição e qualquer desfecho – se for impeachment ou renúncia – tudo deve ser referenciado pela Constituição Brasileira”, opinou.
Foto: Marcela Balbino/BlogImagem.
Para o líder do DEM na Câmara, o deputado federal Mendonça Filho, os desdobramentos de uma possível saída de Dilma deve partir do povo. “Essa é mais uma etapa. A gente tem que entender a política como parte de um processo político social. Ninguém dita as regras, ela tem um desdobramento que ocorre a partir da espontaneidade do povo”, defendeu. “Não dá para discutir isso agora. Porque quando você coloca que quer novas eleições ou impeachment com governo de coalizão, você começa a raciocinar a partir dos interesses das pessoas”, disse.
CONFRARIA – Criticado por manifestantes durante a manifestação, o deputado federal Silvio Costa (PSC), vice-líder do governo na Câmara, atacou os opositores afirmando que o evento foi uma “confraria” entre tucanos e democratas que se utilizaram dos manifestantes para levantar bandeiras políticas.
“Essas manifestações têm o tamanho da credibilidade política do PSDB e do DEM. Ou seja, o povo brasileiro acordou e percebeu que esses dois partidos – que não tem ética nem moral para criticar a presidente Dilma – estavam querendo surfar numa insatisfação momentânea de parte do povo brasileiro”, avaliou o deputado, pontuando a redução de público nos atos políticos.
“Essa oposição brasileira está praticando a indignação seletiva. Ou seja, em relação aos ladrões do PSDB e do DEM eles não dizem nada, eles calam. Mas em relação ao PT, eles vem com ataque feroz. Isso eu chamo de indignação seletiva”, afirmou.
Sobre as declarações do deputado Jarbas, Costa afirmou que a declaração de Jarbas foi uma “atitude emocional, no calor da confraria”, ironizou. “Ele é um deputado estudioso e sabe que na Constituição um presidente só pode sofrer impeachment se tiver cometido um erro no mandato em exercício. Dilma não cometeu e nem vai cometer”, pontuou.
Fonte :Blog de Jamildo.